Quem se dispõe a escrever um poema,
Tem de certo a alma da criança irrequieta.
Saltita já sobre as pedras do rio da boémia,
— Imaterial sentimento sobre a letra concreta.
Sem molhar os pés vê o fundo da verdade
E o fluxo transparente lhe trás inspiração
Para aquilo que alguns chamam criatividade
Mas que eu prefiro nomear: meditação.
No mundo que vejo no meu peito
Navegam em águas fora do tempo
O artista, poetas, amante e profeta
Sem porto, sem destino nem descanso.
As águas do rio se dissolvem no mar,
Mas o leito guarda o rio no seu seio.
Nunca more o poeta que sabe amar
Foi para eternizar-se em ti, que veio.
Vive para sempre nas margens do teu peito.
13 Abril 2010
O amor, que nos faz divagar, torna a vida uma eterna viagem.
Ele, não tendo fim, nos abre os seus infinitos braços
e nos eleva para os céus de terras nunca exploradas.
Porque então deixar retrair o Coração
se todo ele fala de libertação!
As asas do peito não aguentam o peso dos anos,
mas a lembrança de quem amou dá força e coragem
para se lançar no espaço mesmo que tenha de cair.
O maior desafio é amar o que não se gosta.
Nunca se ama por obrigação
porque não nos podemos obrigar a amar,
nem programar o que pretendemos amar.
O amor autêntico nasce como a água da fonte do monte,
todo ele é abundância e dom.