sábado, 3 de setembro de 2011

De onde vens, ó vento!


Ondulante nas ondas do mar
Entre o deleite e o sofrimento
Vens do passado para o presente
Com a alma dos antigos a chorar

O teu sopro é uma eterna recordação
Na carícia do efémero desejo
Da pele que sonha de um beijo
Quando o instinto de possuir é ambição

No vale extrais a quinta-essência
De cada flor que liberta o seu perfumo
Como um presente da vida moribunda
Na hora que passa sem resistência

Convide a tua alma nua
O despir da alma minha
E do nosso contacto vinha
A minha arte a ser tua

O teu sopro que traz a vida
É o mesmo que a leva
Por caminhos traçados na terra
Em pegadas de cinza ardida

No oceano da tua memória
Se funde a memória dos seres
Assim se vão os amantes prazeres
Para os braços da tua glória

És conhecido pelo teu efeito
Nem a ti próprio te mostras
As causas infinitas são outras
E delas está o mundo repleto

Ausência

Como é possível abraçar o mundo e sentir-se ausente? Que fraqueza faz da vontade um pedaço de nada roubado ao momento? Quanto mais s...