domingo, 8 de janeiro de 2023

Em Paris:

Quando me sinto ser como toda a gente,

vivo como se a realidade nada tivesse a ver com o presente.

Como a cenoura frente ao burro,

move-se-me o corpo pelo desejo formulado em pensamento.

Quanto mais puxo a carroça para a frente, mais gira a roda na mente;

movimento circular que me faz estagnar;

o ruído do homem é o ruído da fome.

Não sei o que conheço, mas sei que o conhecimento me conhece;

vivo no mar da omnisciência agarrado ao cais da ignorância e,

contudo, as vogais pelas quais vibra o meu nome

são por essência universais.

Ausência

Como é possível abraçar o mundo e sentir-se ausente? Que fraqueza faz da vontade um pedaço de nada roubado ao momento? Quanto mais s...