quinta-feira, 2 de junho de 2022

Não sou nada

A psicologia diz-me que, mais do que o estudo da alma, ela é o estudo do ego. Escrever algo de novo é querer destacar-me do outro e tornar-me diferente. Mas não há nada que me venha que o outro não tenha. Vivo a lutar para sair da manada, porém não sou nada debaixo do manto do tudo. Uso as palavras modeladas pelas civilizações passadas, sento-me na cadeira que provêm da cadeia das artes dos outros, uso o lápis que, nos meus dedos tácteis, é-me alheio ao saber que o fez, e no papel saboreio como o mel o silêncio sonoro vindo da queda duma ideia posta nele. 

Ausência

Como é possível abraçar o mundo e sentir-se ausente? Que fraqueza faz da vontade um pedaço de nada roubado ao momento? Quanto mais s...