A
psicologia diz-me que, mais do que o estudo da alma, ela é o estudo do ego.
Escrever algo de novo é querer destacar-me do outro e tornar-me diferente. Mas
não há nada que me venha que o outro não tenha. Vivo a lutar para sair da
manada, porém não sou nada debaixo do manto do tudo. Uso as palavras modeladas
pelas civilizações passadas, sento-me na cadeira que provêm da cadeia das artes
dos outros, uso o lápis que, nos meus dedos tácteis, é-me alheio ao saber que o
fez, e no papel saboreio como o mel o silêncio sonoro vindo da queda duma ideia
posta nele.
Espaço aberto para a partilha do potencial criador do Ser humano, sem tabus em relação aos seus limites e defeitos.
quinta-feira, 2 de junho de 2022
Não sou nada
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Ausência
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