Neste
ponto de consciência que chamo presente se une o infinito passado e o
infinito futuro.
Mas
como posso eu definir o presente?
se é o resultado dos
infinitos pólos do tempo.
No jogo da vida, ter a
liberdade de escolher,
em nada significa que
somos livres.
Puxamos
por uma carta no baralho confuso do acaso,
sabendo à partida que
“ter é perder”.
Mudamos de baralho, mas
não mudamos de confusão,
mudamos a táctica,
mas puxamos com a mesma
mão.
Ainda bem que existe a
ilusão,
porque sem
ela, tudo desapareceria.
Se soubesse quem sou,
deixaria de existir,
se soubesse o que quero
deixaria de querer,
se soubesse o que vejo
deixaria de ver,
se soubesse o que sei
nada mais conheceria.
A acção dita livre é na
realidade uma reacção.
O
princípio da necessidade ....
até
quem a tem...não o sabe!
Pela necessidade se
constrói uma sociedade.
O homem que vive
com o homem: aprende os vícios dos homens.
Afastou-se
do animal, fechando-o num curral,
ou numa cerca com
estacas e arames farpados;
assim
fez para não ver ...
os seus olhos,
que têm a propriedade de
devolver
a dor
ao
seu algoz...
Poderá, desse modo, o
homem virar as costas ao seu dever
e, com orgulho, ver-se
erguido ao espelho do seu castelo.
Vivendo
sem a companhia do animal?...
fica o homem empobrecido
de sabedoria.
Quantas meditações veio
o homem a perder
por ter deixado de ver a
natureza
pelo coração,
fazendo do esplendor da
sua beleza,
uma fonte de exploração
pela força bruta da razão.