Sou os olhos da rua
e a minha mente assemelha-se a um buraco negro
no espaço do pensamento.
A insaciável atracção
transforma a percepção sensorial
em revolução mental.
Olho para os olhos dos transeuntes
e vejo nos indivíduos uma parcela
da infinita variação...das representações do mundo,
dentro da consciência da humanidade...
Cada um, pelo mundo ...
que se formou por dentro,
tem uma versão do mundo
que percebe de fora.
A onda da vida que se move no tempo,
Traz e leva ao mesmo tempo.
Vejo no alto, a queda do abismo,
e da cova sem fundo,
nascer o moribundo.
Qualquer rua, qualquer caminho,
qualquer que seja a direcção ou a intenção,
quando a força que move o coração ....não tem sentido...
não há chegada nem partida.
Gente perdida ..
que encontra uma beata no chão.
Na luz do dia, ou do candeeiro à noite,
se juntam as mãos dos amantes
sem eles saberem
que a força que as une ...serve a lei que os irá separar.