Olha
para a tua mente, que julga o inconsciente incoerente.
Olha
para as balizas da almofada da preguiça.
Olha
para a pedra pesada sobre a balança da palavra.
Olha
sem nomear para que o espírito se possa libertar
E
vê o inconsciente como criador de espaço e de tempo.
Vê
no florir da existência o estremecer da indulgência.
Vê
naquilo que é, o facto de que tudo é acto de fê.
Vê
no ser que avança o criador e sua dança.
Ouve
o silêncio cujas melodias são imensas,
Ouve
o compositor que maneja a arte no amor,
Ouve
o ouvinte e a sua mente que lhe mente,
Ouve
a razão que sulca o campo da compaixão.
Atende
o mundo que grita com a voz do mudo,
Atende
a atenção que gira a chave da libertação,
Atende
o sopro da vida que faz da alma um fogo,
Atende
o sonho e a seiva que sobe num céu sem dono.