O pensador, que usa o espelho errado,
Puxa sobre a terra um penoso arado.
Revolve a matéria como quem lavra
E semeia para colher o fruto da palavra.
A sua voz papagaia a filosofia
Por que tudo o que pensa e diz copia.
E quando a seta acerte na sabedoria,
É porque a alma do mundo a guia.
Se a atenção fosse clara como a fonte,
Estaria fora e dentro ao mesmo tempo.
Mas a dualidade orgulhosa da personalidade
Deturpa a verdade imanente à realidade.