Não! Não estou
liberto do sofrimento, nem das dores, e se ainda me sinto iluminado é pela
pequena chama que incansavelmente se consume na mágoa do meu peito. Na
claridade desta penumbra percebo a rosa da vida projetada no fundo da minha
carne, e, bem que sensível as caricias das suas pétalas, sinto-me preso pelos
seus espinhos.
Pela força do
desespero, por vezes, surpreendo-me a pensar aos que nunca chegaram a conhecer
a alta exaltação de quem se uniu ao sol, pois os olhos ao fixarem o chão, não
perdem o caminho.
É hora de
reconsiderar a visão que tenho da espiritualidade!
Apesar de constatar que é ela que predomina na minha mente
“vagabunda” e nos meus atos “distantes”, sinto, que por detrás da luz da minha
boa consciência, se estende a vasta sombra do ego. Que força nos leva a rasgarmo-nos
ao meio, fazendo do nosso ser o agente separador do espírito e da matéria, as
duas faces da grande unidade.