Tu que aqui ficas fica bem, que eu me vou.
Se, tantos como os grãos de arreia da praia se foram, porque não aceitarei eu de partir?
Vivo na alegria de me deixar morrer.
E morro de amor, abraçado ao meu único bem: um pouco de luz de um dias de verão.
Deixo-te:
O calor da minha mão naquilo em que obstinadamente me agarrei.
A suavidade dos degraus da nossa escada, que desgastei nos meus altos e baixos
O sonho daquela paz que não consegui revelar a não ser no meu próprio ser.
O remorso de ter vivido num mundo que não se deixou amar.
O estremecer da mão do mendigo que se estende sobre as nossas riquezas.
O peso do seixo no fundo do meu coração.
O amargo da fruta do nosso entendimento.
O fundo do poço da esperança, na hora em que deixei de esperar.
Espaço aberto para a partilha do potencial criador do Ser humano, sem tabus em relação aos seus limites e defeitos.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Testamento
Ausência
Como é possível abraçar o mundo e sentir-se ausente? Que fraqueza faz da vontade um pedaço de nada roubado ao momento? Quanto mais s...
-
Como é possível abraçar o mundo e sentir-se ausente? Que fraqueza faz da vontade um pedaço de nada roubado ao momento? Quanto mais s...
-
O rio, as ruas, as casas e o luar, enfeitam a alma e fazem-nos sonhar. A gente, fantasmas vivos de Lisboa, pisam as sombras dos passos...
-
Tirando as palavras de um espaço sem tela Arrumam-se as ideias relativas no branco papel: Tirar para pôr Pôr para ler ...